Autismo e Estratégias para Regulação sensorial Através da Alimentação e Técnicas Naturais
- Alessandra Cardoso
- 9 de out. de 2024
- 5 min de leitura
Atualizado: 15 de out. de 2024

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica que afeta o desenvolvimento social, a comunicação e o comportamento de quem está no espectro. Compreender o autismo é essencial para criar ambientes inclusivos, que considerem as características únicas de cada indivíduo e suas necessidades específicas. Quando falamos de inclusão, é fundamental adotar uma abordagem multidimensional, que não apenas se concentre em adaptações educacionais e sociais, mas também em promover o bem-estar físico, mental e emocional de indivíduos com TEA.
Neste contexto, a saúde integrativa emerge como uma abordagem fundamental para apoiar a inclusão e melhorar a qualidade de vida das pessoas com autismo. A saúde integrativa combina práticas de medicina convencional com terapias complementares e alternativas, levando em conta as dimensões físicas, emocionais, mentais e espirituais da saúde. Ao integrar estratégias de cuidados em saúde integrativa com práticas inclusivas, podemos criar um ambiente acolhedor e mais completo para as pessoas com autismo.

1. Compreensão Holística do Autismo
A saúde integrativa enfatiza a visão holística do ser humano, considerando o indivíduo em sua totalidade. No caso do autismo, isso significa compreender que a pessoa com TEA tem características únicas que não podem ser abordadas de maneira isolada. O bem-estar de uma pessoa com autismo está relacionado não apenas às suas habilidades cognitivas ou sociais, mas também à sua saúde física, emocional e espiritual.
Por exemplo, muitas pessoas com autismo apresentam comorbidades, como problemas gastrointestinais, distúrbios do sono e ansiedade. Esses fatores podem influenciar diretamente sua capacidade de se integrar em diferentes ambientes. A saúde integrativa procura identificar e tratar essas condições de maneira ampla, usando tanto a medicina convencional quanto terapias complementares, como a acupuntura, a fitoterapia e a homeopatia.
2. Cuidados Nutricionais Personalizados
A nutrição desempenha um papel fundamental na saúde e no comportamento das pessoas com autismo. Diversos estudos mostram que algumas crianças e adultos com autismo podem se beneficiar de uma abordagem nutricional personalizada. Esta questão é muito importante porque o intestino é o nosso segundo cérebro e é no intestino que é formado alguns neurotransmissores e e hormônios que são importantes para o funcionamento do corpo e para a sensação de bem-estar, felicidade e saciedade. O intestino é responsável por cerca de 95% da produção de serotonina, o neurotransmissor do bem-estar. A microbiota intestinal também produz o GABA, um neurotransmissor que ajuda a controlar sentimentos de medo e ansiedade.

A dieta sem glúten e caseína (proteínas encontradas no trigo e no leite, respectivamente), por exemplo, tem sido sugerida para algumas pessoas no espectro como forma de reduzir comportamentos repetitivos, problemas digestivos e melhorar a clareza mental. Mas é muito importante quando for fazer a dieta de restrição é observar como o organismo reage e para isso é bom tirar um de cada vez e fazer anotações para levar para o profissional de saúde.

Embora os resultados variem de pessoa para pessoa, é importante que os cuidadores considerem a possibilidade de intervenções nutricionais como parte do suporte ao bem-estar.
Além disso, incorporar uma dieta rica em nutrientes, com ênfase em alimentos anti-inflamatórios e antioxidantes, pode melhorar o funcionamento cognitivo e emocional. Como gorduras saudáveis e ômega 3, além de melhorar no intestino, também atua no cérebro, segundo a nutricionista Patrícia Leite.
Alimentos como sardinha, salmão e até a chia. Os pro bióticos também ajuda o equilíbrio devido pessoas com autismo tem mais chance de não tem bactérias boas no intestino.
Alguns estudos mostram que mulheres gravidas com baixo nível de ômega 3 tem maior tendência de ter crianças autistas.
Muitos especialistas em saúde integrativa recomendam uma dieta baseada em alimentos frescos, como frutas, legumes, nozes e sementes, que contribuem para a saúde cerebral e reduzem a inflamação no corpo.
Um alimento que é necessário retirar do cardápio seria o açúcar mas lembre tirar o açúcar não é retirar o doce. No final do artigo vou deixar uma receita de doce sem açúcar.
3. Terapias Complementares para a Regulação Sensorial
A sensibilidade sensorial é uma característica comum em muitas pessoas com autismo. Elas podem ser altamente sensíveis a estímulos como luzes brilhantes, sons altos, cheiros intensos ou texturas específicas. Essas sensibilidades podem causar desconforto e até comportamentos de fuga, o que dificulta a inclusão em ambientes tradicionais, como escolas e locais de trabalho.
A saúde integrativa oferece várias abordagens para ajudar a regular a sensibilidade sensorial. Uma das terapias mais promissoras é a terapia ocupacional com integração sensorial, que ajuda a pessoa a processar e responder a estímulos sensoriais de maneira mais eficiente.
3. Terapias Complementares para a Regulação Sensorial Através da Acupuntura Auricular e a Massoterapia

Além disso, a acupuntura tem mostrado resultados promissores no alívio da ansiedade e no equilíbrio dos sistemas sensoriais, permitindo que o indivíduo se sinta mais confortável em diferentes ambientes.

Outra técnica utilizada é o uso de óleos essenciais, que podem ajudar a acalmar e equilibrar o sistema nervoso. Óleos como lavanda, camomila e ylang-ylang são conhecidos por suas propriedades relaxantes e podem ser usados para criar um ambiente mais tranquilo e acolhedor.
5. Ambientes Naturais e a Conexão com a Natureza

A conexão com a natureza é uma ferramenta poderosa dentro da saúde integrativa para promover o bem-estar e a inclusão de pessoas com autismo. Ambientes naturais tendem a ser menos estimulantes em comparação com os ambientes urbanos, reduzindo a sobrecarga sensorial. Além disso, o contato com a natureza tem sido associado a uma série de benefícios psicológicos, como a redução do estresse e a melhoria do humor.

A inclusão de terapias baseadas na natureza, como a hortoterapia (terapia com plantas) ou atividades ao ar livre, pode ser uma excelente maneira de criar um ambiente acolhedor para pessoas com autismo. Trabalhar com a terra, plantar flores ou simplesmente passar tempo em um parque pode trazer uma sensação de calma e pertencimento, ajudando a melhorar a saúde mental e física.
6. Apoio Emocional e Terapias Psicológicas Integrativas
A saúde emocional é um aspecto essencial do bem-estar de qualquer pessoa, e isso não é diferente para quem está no espectro autista. Muitas vezes, pessoas com autismo enfrentam dificuldades emocionais, como depressão, ansiedade ou frustração, especialmente quando se sentem excluídas ou incompreendidas.
A arteterapia, essas intervenções podem fornecer ainda mais suporte emocional, promovendo a autorregulação e o equilíbrio interior.
Essas práticas terapêuticas visam não apenas tratar os sintomas, mas também proporcionar um espaço seguro onde as pessoas possam expressar suas emoções e encontrar alívio para suas angústias.
7. Inclusão Social com Abordagens Humanizadas
Além dos aspectos individuais de saúde, a inclusão social de pessoas com autismo é fundamental para criar ambientes acolhedores. Um dos princípios da saúde integrativa é o cuidado humanizado, que coloca a pessoa no centro da atenção. Isso se reflete em práticas inclusivas que buscam promover o respeito, a empatia e a compreensão em todos os níveis de interação.
Para que a inclusão social seja verdadeiramente eficaz, é necessário adotar uma abordagem que valorize as habilidades e interesses únicos de cada indivíduo com autismo. Isso pode incluir programas de inclusão nas escolas, empresas e comunidades, que levem em conta não apenas as necessidades básicas, mas também os interesses e talentos das pessoas no espectro.
Conclusão
A criação de um ambiente mais acolhedor para pessoas com autismo requer uma abordagem inclusiva e holística, que leve em consideração não apenas as necessidades educacionais e sociais, mas também o bem-estar físico, emocional e mental.
A saúde integrativa oferece uma rica variedade de práticas que podem ser incorporadas ao cuidado de indivíduos com TEA, promovendo sua inclusão de forma mais completa e respeitosa.
Com o apoio de terapias complementares, nutrição adequada, práticas de aroma terapia, e um ambiente físico e social acolhedor, podemos transformar a forma como interagimos com pessoas no espectro autista, garantindo que suas necessidades sejam atendidas de maneira integrativa e humana.
Com carinho Alessandra Cardoso e Terapeuta

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